domingo, 26 de abril de 2015

PLM 2015 - Distopia - Resenha Farenheit 451

Olá pessoal! 


O segundo tema do mês de março no Projeto Leitura Mágica 2015-  foi Distopia e eu  li Farenheit 451  de Ray Bradbury.  Tudo foi registrado em mais uma página dupla do meu fichário. 
















Pra começar, Distopias, segundo definição do prefácio do livro, excelente por sinal,  " são a descrição de um lugar fora da história, em que tensões e de classe estão aplacadas por meio de violência ou do controle social.  Distopia é o contrário da utopia, ou uma utopia negativa". 


Nunca tinha lido nenhuma Distopia e no momento da escolha do título,   resolvi  partir  logo para um clássico,   e não me arrependi. 

Pense em um mundo onde os livros são proibidos e os exemplares encontrados nas casas das pessoas são queimados. Inacreditável, não é mesmo?  Pois essa é a realidade criada pelo autor em um mundo futurista.  Na história as casas são a prova de combustão, e os bombeiros desempenham um novo papel, deixam de apagar incêndios e passam a provocá-los. São  responsáveis por queimar os livros e assim, manter a ordem. 


O livro conta a história de Guy Montag, bombeiro, que depois de queimar muitos livros  passa a questionar  sua função e o universo dos livros. 

Além da proibição dos livros, as pessoas são mantidas sob controle através de drogas e da manipulação da televisão. 

Diferente da  própria esposa e dos colegas bombeiros, Montag passa a pensar por si próprio e isso vai ter consequências.

 " Não precisamos que nos deixem em paz.  Precisamos ser realmente incomodados de vez em quando. Quanto tempo faz que você não é realmente incomodada? Por alguma coisa importante, alguma coisa real? "


Publicado em 1953,  a obra revela uma   forte  crítica social, e ainda  antecipa o papel  da mídia como instrumento de manipulação e alienação. O livro tem várias citações bem críticas:

" Ela não queria saber como uma coisa era feita , mas por quê. Isso pode ser embaraçoso. Você pergunta o porquê de muitas coisas e, se insistir, acaba se tornando muito infeliz."

"Se não quiser um homem politicamente infeliz, não lhe dê os dois lados de uma questão para resolver; dê-lhe apenas um. Melhor ainda, não lhe dê nenhum.


"Encha as pessoas com dados incombustíveis, entupa-as tanto com fatos que elas se sintam empanzinadas  (...) Assim, elas imaginarão que estão pensando, terão uma sensação de movimento sem sair do lugar". 

" São muito poucos os que ainda querem ser rebeldes".

" Os bombeiros raramente são necessários. O próprio público deixou de ler por  decisão  própria". 










Só a questão  da proibição dos livros já me conquistou logo de cara. É um livro muito inteligente e com uma narrativa bem ágil. Pelas citações dá para perceber o quanto é recheado de questionamentos e crítica social. 

O livro é fino e a leitura é bem rápida. É perfeito para quem não gosta de enrolação e autores excessivamente detalhista, inclusive no fim, eu queria um pouquinho mais...  senti falta de descrições mais minuciosas desse mundo doido.  Não consegui me sentir dentro do livro, o que creio que não era o objetivo do autor. É um livro questionador, instigante.

A edição é bem caprichada -  capa linda, com orelhas, boa diagramação e  páginas amarelas. Uma edição digna de um clássico! 

O prefácio de Manuel da Costa Pinto é bem didático e detalhado, excelente para compreender melhor a obra e sua importância. Mas, para pessoas que não suportam spoillers, eu indico a leitura do prefácio ao final. 


Adorei e indico a leitura.


Obrigada pela visita! 

4 comentários:

  1. Legal, já tinha ouvido falar bem desse livro e agora vc corroborou essas opiniões...vou colocar na minha lista de leitura!
    bjins

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  2. Muito legal! Já li esse há algum tempo, deu vontade de reler...

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  3. Vou por na minha lista! Deve ser maravilhoso!!!
    Bjs...

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  4. Ficar sem nossos queridíssimos livros? Que tragédia! E ainda como estratégia de controle, prova de que a leitura pode mudar o mundo!

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